
Meus pais foram criados em zona rural, e o que nunca esqueci foi do meu pai contando dele e dos irmãos assistindo Irmãos Coragem na frestinha da casa do vizinho. “Era uma garotada” conta ele, referindo-se aos meninos que não perdiam as aventuras na televizãozinha precária, na trama exibida em preto e branco. Mas eram os Irmãos Coragem! Dali veio a paixão dele por faroeste – e a minha.
Já faz tempo que em toda conversa a gente se pergunta por “aquele que foi casado com a Betty Faria e fez Irmãos Coragem”. “Acho que teve um derrame, pai”.
Sempre curiosa, li na faculdade a importância do par que ele formou com Regina Duarte nos anos 70. Os dois caíram nas graças do público e fizeram sucessos como Véu de Noiva {1969}, a própria Irmãos Coragem {1970}, Minha Doce Namorada {1971}, e Carinhoso {1973}.
Dos seus trabalhos fora da Globo, quem não lembra de Pantanal {1990}, na extinta TV Manchete}?! Sua última novela foi Desejo Proibido {2007}, tendo feito outras minisséries e participações especiais.
No cinema, foram mais de 35 trabalhos! No teatro, inúmeras peças. Na vida real, três casamentos e três filhos.
Fez parte do primeiro grupo de atores contratados pela Globo, inaugurada em 26 de abril de 1965. Morreu aos 74 anos, no último domingo {22}, na Zona Sul do Rio, em decorrência de complicações de uma pneumonia. E se eu, aos 31, estou escrevendo sobre ele de forma tão emotiva, é porque um muleque que nasceu na beira da praia assistiu Irmãos Coragem da fresta da porta do vizinho – ah, e como Duda Coragem, é flamenguista até hoje.
Não haverá Duda com a Coragem de seu Claudio Marzo, não senhor.
Até a próxima,